Registo: Jun 08, 2005 Mensagens: 4630 Local/Origem: Costa / Estremoz
Colocada: Sex, 06 Jul 2007 - 16:04 Assunto: BEST OF
Lembrei-me de abrir este tópico para destacarmos o melhor que por aqui já lemos, ou que por algum motivo achamos que é de destacar! Acho que uma boa forma seria c um pequeno "QUOTE" e um link p o tópico... entretanto deixo esse tarefa p vocês q eu agora vou trabalhar ! _________________ http://vagueares.blogspot.com
Vou ser o primeiro, gostei especialmente deste topico que descobri por acaso. Parece uma daquels historias 'a moda do Paul Auster, um dos meus escritores preferidos.
Gosto dela pela sua simplicidade e pureza porque representa os valores que mais valoriso no surf com algum stoke 'a mistura.
(como acho q precisam todos de aliviar o stress... ofereço-vos)
EPISÓDIO 1
O Sol já se estava a por e Roy Rogers desdenhava de sede... a sua montada fazia tempo q tinha perecido numa qq portagem semi abandonada. Ao entrar no cyber café, Lolita esperava-o de moca afiada. ‘Onde fostes tu surfar meu gatuno q faz 2 semanas q não me saltas pra cima?’ Roy olhava pr’aquele ser à sua frente sentindo ainda a brisa da maré na sua face e o palrár das ondas nos abanos... ‘Pelos vistos não fui longe o suficiente...’ murmurou. A relação deles caminhava pró abismo. Não q lhes fizesse grande pena incrementar o nº de divórcios em Portugal, mas Bobi, o cão gingão havia de sentir alguma mágoa com tal facto.
Bobi era o tipo de rafeiro q todos nós gostaríamos de ser. Pulava livremente pelos descampados q se avizinhavam das dunas, fugindo veloz e airósamente dos fenos replétos de pulgas. Tinha pelo menos 3 compromisso sérios com cadelas de pedigree comprovado... andava sistemáticamente com os ditos vazios. As outras não passavam de méros engates de ocasião. O cio anunciava o desejo e Bobi consumava-o ... Mas no fundo, o q motivava Bobi era acompanhar Roy. Tantas vezes deambularam juntos por essas praias em busca de ondas e gajas. Não respectivamente claro. Os afectos de Lolita tb não eram maus... sempre gostou q lhe passassem a mão pelo pelo. Mas Roy, apesar de calado e pouco demonstrativo dos seus sentimentos, tinha com ele uma relação de cumplicidade sem comparativos na aldeia e arredores. As saídas pró surf eram constantes. Os luaus replétos de gajedo e respectivas Goldens Retriviers cujo pelo sedoso o deixava em histerismo faziam parte do seu dia-a-dia. Houve até um dia q surfaram os 4 num LB... ele, uma cadela e os donos. Êxtase total.
Registo: Apr 06, 2003 Mensagens: 5824 Local/Origem: Av. do Mar
Colocada: Sáb, 07 Jul 2007 - 3:42 Assunto:
Molusco escreveu:
Vou ser o primeiro, gostei especialmente deste topico que descobri por acaso. Parece uma daquels historias 'a moda do Paul Auster, um dos meus escritores preferidos.
Gosto dela pela sua simplicidade e pureza porque representa os valores que mais valoriso no surf com algum stoke 'a mistura.
Registo: Mar 25, 2006 Mensagens: 1551 Local/Origem: Lx/Xaral do Ninhou
Colocada: Sáb, 07 Jul 2007 - 3:50 Assunto:
Pinto escreveu:
Os Noivos
Este sábado tive um casamento. Não sei se é da minha masculinidade, heterosexualidade ou de qualquer outra característica mas, sempre que me ponho no papel de um dos noivos é, obviamente, no do "gajo".
Só depois de começar a escrever isto é que me ocorreu pensar no que a noiva sente ao ser levada ao altar versus estar lá à espera dela; atirar o bouquet para as solteiras versus ser atirado pelos solteiros para a piscina; vestir de branco versus vestir de outra côr qualquer.
No domingo, ainda mal refeito do efeito explosivo da dupla Tinto da Talha/ Licôr Beirão, tomei o pequeno almoço e fui curar a dôr de cabeça com o spray dos cacetes que se viam formar lá longe, ainda da janela da sala. Quando chegámos a ribeira, ao contrário dos 50 e tal manos de sábado, não havia ninguém dentro de água. Apesar do ângulo enganador do miradouro deviam de estar mais de 2 metros e a baía estava toda branca, desde a pontinha até ao ali-bábá. Mesmo só com meio neurónio a funcionar e numa prespectiva de mero espectador de massas de água, rápidamente concluí que os coxos deviam estar lindos e lá fui eu.
Quer ontem, quer hoje, o mar esteve mais pequeno, género 1.5-2.0m. Alto crowd (incluíndo um LB que dominou completamente na segunda feira), a prozada toda (que hoje incluía o saca, o gregório, o paulo do bairro, a patrícia lopes, etc...), um canhão de fotógrafo e um ou outro set "mais maior grande" mas... não estava como no domingo.
No domingo, pese embora todo o romantismo e exagero que um restício de alcoól pode inferir, havia ondas com mais de 3 metros, na boa. Há 3ª onda de cada set "já não havia" àgua na baía, era só espuma. Ontem e hoje estavam mais de 30 gajos dentro de água: no domingo lembro-me de 6. Foi o sétimo que me fez escrever isto.
Não sei se é coragem, desejo, medo ou até confiança que leva alguém a esperar por um momento (in)certo de aparente acalmia para saltar de uma rocha perfeitamente firme e sólida para um turbilhão de água branca que em 10 segundos te arrastou 30 metros para trás e outro tanto para o meio da refrega. Mesmo um profundo duck-dive deve ser turbolento naquelas condições. Mesmo a mais pura adrenalina de uma voltinha naquele carrossel deve ter inerente um nó no estômago que te deixa dois dias sem cagar.
Fod@sse! Gandas malucos!
O "sétimo" apanhou um rabinho de uma onda e saíu. Acho que em certo ponto concordaria comigo que aquilo não estava fácil. No entanto, a imagem antes do salto para a água, do fato negro sobre o manto branco levou-me de volta ao convento de mafra e ao casamento do meu amigo (e ao "copo de água", dirão algumas mentes mais tortuosas...).
Haverão por aí uns quantos que se casam com o mar nestes dias, em que as ondas se vestem de gala para se unirem com os que estão à altura.
Quando me vinha embora estava malta a chegar.
Se calhar houve festa outra vez.
Abraços
Este Pinto estica-se como o caraças...quem é este gajo?
O que vale é que o tenho na minha equipa... _________________ E todos os dias voltava confiando na capacidade depuradora do mar...
Vou ser o primeiro, gostei especialmente deste topico que descobri por acaso. Parece uma daquels historias 'a moda do Paul Auster, um dos meus escritores preferidos.
Gosto dela pela sua simplicidade e pureza porque representa os valores que mais valoriso no surf com algum stoke 'a mistura.
Registo: Jun 06, 2005 Mensagens: 4028 Local/Origem: Maia
Colocada: Sáb, 07 Jul 2007 - 11:44 Assunto:
quanto ao topico, existem por ai bons textos de todo o genero, mais tecnicos e explicativos como os do molusco, dafonso , maya, etc...outros que tb gosto de ler sao os do Pinto, pedrointhehouse, e alguns outros ...mas gosto particularmente dos textos do Rudas , quando esta inspirado _________________ Ganha vendo anuncios!
http://www.neobux.com/?r=jorgius
Registo: Oct 06, 2003 Mensagens: 1480 Local/Origem: Charneca da Caparica
Colocada: Qua, 11 Jul 2007 - 21:35 Assunto:
LP e Jorgius, "ióre mâteche tu cáinde"
É claro que eu que eu escrevia esses textos numa altura em que era muito merrequeiro. Como agora já sou só razoavelmente merrequeiro esse tipo de manifestação está mais espaçada no tempo...
Mas já tenho umas ideias no forno e desta vez comigo a descer morras!
Como isto não é só vir aqui agradecer, peguem lá este do Forrester cá do sítio: MEXICO REPORT _________________ A tentar ver a vida por um canudo...
Registo: Jun 06, 2005 Mensagens: 4028 Local/Origem: Maia
Colocada: Qua, 18 Jul 2007 - 19:12 Assunto:
bela poesia
Citação:
Temos poeta!
Ainda bem q não a ganhastes pois assim não ías pró céu.
É q de sacrilégios já está este mundo cheio...
Mas olha e desculpa qq coisinha q 5 minutos tb não dão pra muito mais:
Isso do tuperware não tá com nada...
Esquece isso e compra outra prancha
O material da minha é banháda,
Aquilo não parece uma tábua mas uma lancha.
É cara comó raio e não sabes se partiria,
E o feeling da dita cuja é pouco ou nenhum,
Quase igual a comprares um pacóte de cereais da marca Dia,
E deixares lá o de Nestum.
O surf é comás americanices...
O capitalismo anda mesmo por aí,
Dps pões-te a passar a mão e essas paneleirices
E surfar q é bom não tás nem aí!
Por isso meu amigo querido,
Segue a opinião do Shaper da Terrinha,
Vai comprando pranchas de modo seguido,
Q a tradição manda encher o papo à sua galinha.
'As outras é q são' poderás tu escutar,
'A do Shaper é q é' tb ouvirás dizer,
Digo-to eu: 'Manda-os todos cagar'
E compra a q te der + prazer.
Registo: May 12, 2003 Mensagens: 1615 Local/Origem: Always in Wet Places!... =)
Colocada: Qui, 04 Set 2008 - 22:49 Assunto: O Tubo é Orgásmico e Intemporal
O Tubo reflecte a perfeita harmonia entre o surfista e onda, pois num curto espaço de tempo (mas que parece não ter fim, para quem dentro dele "viaja"), surfista e onda, são um só!
Viajam entre água e luminosidade, fantásticos, num tempo mais lento que o real!
É lindo, é fantástico e é... Orgásmico!...
Aluguem o clássico Big Wednesday (Os 3 Amigos) e "go for it"! _________________ http://populacaoactiva.blogspot.com
O choque profundo, é apenas a realidade e a responsabilidade que cada um assume. Uns por vários... Mas vários... nem pelos próprios...
Registo: Oct 06, 2003 Mensagens: 1480 Local/Origem: Charneca da Caparica
Colocada: Seg, 08 Set 2008 - 16:29 Assunto:
Coisas do antigamente...
Aqui há uns tempos havia aí um post sobre surfar à noite. Leiam este e vejam se conseguem ver as diferenças entre o Atitude de agora e o de há uns tempos:
presley escreveu:
Dom Nov 30, 2003 4:58 am Assunto: Surfar na Luz
Só agora me apercebi na beleza deste titulo. Não só porque encaixa bem no que vou contar, mas também porque me lembra de momentos passados com o meu arqui-inimigo de outro tópico, o miguel.
Mas este surfar na Luz não é na praia da Luz. Deixem-me explicar a ver se vocês entendem...
Fui hoje surfar a Peniche. Tinha combinado com o Dafonso encontrar-me com ele antes de almoço, mas os astros estavam contra mim outra vez.
Mas lá comprei duas fitas que me custaram 10 euros, e que pelo preço e pelo tempo que demorei à procura, pareciam ser as duas ultimas fitas que dão duas voltas ao meu carro alguma vez fabricadas.
E eis que lá estou eu, em Peniche, mais um novo companheiro de viagens surfisticas. 5h e ainda fora de água, com a etapa do circuito nacional ao rubro, a reservarem só para eles um belissimo pico.
5h15, dentro de água. Fui falar com o bitang, que tinha passado no seu heat. A jogar em casa o gajo, ainda estou a pensar ir lá ver o desempenho do Toni de peniche amanhã...
Dentro de água, sol a desaparecer rápido. Meio metro, por vezes menos. Já pouca gente. Foi a esmifrar as ondas...
Já estava noite cerrada quando resolvi sair. Estávamos 3 ou 4 na água. Não posso dizer com certeza porque não conseguia ver muito bem.
E eis que apanhei uma onda, ia ser a ultima. Não a vi a aparecer até ela estar mesmo ao pé de mim, deixei o rabo deslizar para o rabo da prancha, virei o barco, remei e ala que lá vou eu. Ponho-me em pé, olhei para a esquerda e não se via mesmo nada. Olhei para a direita e...
...
...
Conhecem o Lagide? De dentro de água a olhar para a areia, do lado direito temos a ilha do Baleal, com casas e uns bares, e iluminação publica. Pois foram pontinhos luminosos, reflexos das luzes da ilha, que deram forma à onda.
Aquela ultima onda não era composta de água, aos meus olhos era só luz. Pontos e traços de luz.
E não me lembro de mais nada. Nem sequer me lembro de como a onda acabou...
Surfei uma onda de luz...
O resto do Post está aqui _________________ A tentar ver a vida por um canudo...
Registo: Aug 20, 2007 Mensagens: 98 Local/Origem: Porto
Colocada: Sex, 07 Nov 2008 - 18:48 Assunto:
Andava a procura deste topico aberto pelo Rudas pra o postar aki no "Best of", uma vez encontrado o texto não sabia se devia de por só o link, se só umas passagens do mesmo, se o link e umas passagens para ilustrar o dito cujo... Decidi então apenas postar uns excertos, e dizem voces: Mas k grande excerto! Pois é, uma vez tomada a decisão e dado inicio a escolha dos excertos vejo-me forçado a postar o texto todo! Não consigo escolher uma parte que goste mais, todo o texto é inspirador!
Cumprimentos, Tasaka
Em fevereiro de 2008 Rudas escreveu: Altas ondas, granditas e com power. Mar glass e pouco crowd.
Chega um alfacinha ao estacionamento e diz meio nervoso: 'Q loucura de mar... está metrão ã??? Nunca pensei pá. Pena q só tenho uma 5'9" e a maré está demasiado cheia...'
Nem respondi limitando-me a sorrir enquanto trancava a carroça. Cheguei à areia, estendi o arraial no meu spot de toda a semana e vesti o fatuxo último modelo à la Fanning.
Água gelada de novo e esperei por uma aberta na arrebentação enquanto os tendões gritavam por socorro qd num contexto de 12 ou 13ºC.
'C'a granda metrãozarrãozão...' - pensei para comigo ao ver alguns amigos meus a dropá-las lá bem atrás enquanto me lembrava do rizito amarelo do pintas cheio de autocolantes no carro e madeixas louras.
O impacto da onda produzia uma espuma maior q qq um deles.
O offshore estava menos forte q nos dias passados pelo q algumas das linhas quebravam rápidas demais para quem não tinha prancha práquilo ou kitt de unhas instalado. Nitidamente o caso de todos os q lá estavam comigo incluído. Mas iria ser divertido na mesma.
Na memória fica o começar a dropar e ver uma paredaça ao lado toda armada e à espera de ser desbravada.
Apetece congelar o tempo. Parar o mundo e sair da prancha. Percorrer aquela escultura a pé enquanto o silêncio te envolve. Caminhar e começar a marcar com tinta fluorescente todos os pontos onde queres q a tábua passe. Um trajecto de curvas alternadas com segmentos de recta destinadas à aceleração sempre q apontadas à base da onda e para palmilhar secções qd paralela à mesma.
Depois de tudo marcadinho carrego no play.
O som dispara das colunas e o trovejar do grosso lip a bater lá embaixo ensurdece tudo e todos. As gotas no rosto e cabelo secam rapidamente dado o offshore e velocidade com q passo pela malta q regressa ao outside. Uns gritam, outros riem-se e há os q me levantam o polegar enquanto remam já cansados.
Dois ou três roundhouses a trezentos precisamente no sítio onde tinha espetado a bandeiróla. Mando pra baixo de novo, puxo o bottom exerço alguma pressão no tail e encaixo. Esmago o deck com o pé da frente e aponto a minha menina pra baixo numa diagonal perfeita qd saio e a onda continua grande e perfeita direita à areia.
O quebracôco passa dos dois metros pelo q o melhor é pensar já na próxima. Levanto vôo. Perco noção do peso e sinto a leveza do ser. Alguma vertigem ataca-me o estômago pois perdi a noção pra q lado ficava a água. A calma toma conta de mim enquanto mergulho num banho gélido.
Toda a minha vida quis ser surfista. Sempre quis possuir aquele sorriso característico. O de quem volta pró pé dos amigos no outside depois de ter surfado mais uma onda daquelas q vale mesmo a pena.
Mesmo sem grandes truques ou paneleirices.
Umas linhas, umas curvas e um chapelito.
Sentir os rails a funcionar e o turbilhão criado pelos finos.
Contar as gotas no spray levantado pelo offshore.
Dizia um puto aqui há dias não sei se neste fórum se numa qq revista:
'Cá em Portugal só há 3 ou 4 gajos q sabem surfar.'
Digo eu em nome de muitos de nós:
- Tão enganado estás. _________________ Tough ain´t enough
Registo: Nov 17, 2003 Mensagens: 3240 Local/Origem: Santa Cruz
Colocada: Seg, 10 Nov 2008 - 21:13 Assunto:
Tasaka escreveu:
Cumprimentos, Tasaka
Olá, era só para te avisar q ganhaste um vausher para uma picanha cá em casa...
Gracias pelas palavras de apreço e por fazeres recordares bons tempos.
Como tudo nesta vida é cíclico, cumpre-me notificar-te q hj de manhã deu pra repetir muitas dessas sensações q descrevi no post q transcreveste...!!!
Com a sorte q me é conhecida - mais nuns contextos q noutros - smp q as coisas se complicam no bules, ganham brilho no atlântico e como tal, verifiquei agora o guru q a profecia se mantém... vão estar umas ondas do carças nestes próximos tempos!!!
Abraço,
Rudas _________________ Mais vale uma onda só que mal surfada... ou então aprende connosco em www.casamarela.moonfruit.com
Registo: Nov 17, 2003 Mensagens: 3240 Local/Origem: Santa Cruz
Colocada: Seg, 10 Nov 2008 - 21:18 Assunto:
rudas escreveu:
Tasaka escreveu:
Cumprimentos, Tasaka
Olá, era só para te avisar q ganhaste um vausher para uma picanha cá em casa...
Gracias pelas palavras de apreço e por fazeres recordares bons tempos.
Como tudo nesta vida é cíclico, cumpre-me notificar-te q hj de manhã deu pra repetir muitas dessas sensações q descrevi no post q transcreveste...!!!
Com a sorte q me é conhecida - mais nuns contextos q noutros - smp q as coisas se complicam no bules, ganham brilho no atlântico e como tal, verifiquei agora no guru q a profecia se mantém... vão estar umas ondas do caraças nestes próximos tempos!!!
Abraço,
Rudas
_________________ Mais vale uma onda só que mal surfada... ou então aprende connosco em www.casamarela.moonfruit.com
Registo: Aug 21, 2005 Mensagens: 2901 Local/Origem: Terrugem
Colocada: Ter, 11 Nov 2008 - 16:56 Assunto:
Gosto muito de ler os textos do Rudas.
Consegue descrever os pormenores de uma onda em movimento enquanto as surfa, com umas piadas suaves pelo meio.
Eu nem 3 frases seguidas consigo escrever.
Ultimamente tem deixado umas deixas por aqui, algumas até controversas.
Ele gosta de descutir temas, mas nao obriga ninguem a concordar com o ponto vista dele.
Registo: Aug 20, 2007 Mensagens: 98 Local/Origem: Porto
Colocada: Qui, 13 Nov 2008 - 0:09 Assunto:
rudas escreveu:
Olá, era só para te avisar q ganhaste um vausher para uma picanha cá em casa...
Gracias pelas palavras de apreço e por fazeres recordares bons tempos.
Como tudo nesta vida é cíclico, cumpre-me notificar-te q hj de manhã deu pra repetir muitas dessas sensações q descrevi no post q transcreveste...!!!
Com a sorte q me é conhecida - mais nuns contextos q noutros - smp q as coisas se complicam no bules, ganham brilho no atlântico e como tal, verifiquei agora o guru q a profecia se mantém... vão estar umas ondas do carças nestes próximos tempos!!!
Abraço,
Rudas
Isso é que era!.. Uma picanha depois de uma surfada... hum hum, bai la bai! Ah pois é, estes dois dias (3a e 4a) foram dias pra encher o papo, de ondas! E 3a foi mesmo assim, uma surfada com belas ondas pela manhã seguida de um grande almoço (ainda que não fosse uma picanhasita de certo soube pela vida!)! Já de barriga xeia e alma renovada eu e meu companheiro de surfada com um grande sorriso na cara libertamos um: Aaaaaiii, isto é que é vida! E a verdade era que naquele exacto momento nada interessava, so tinhamos um sentido de satisfação! O que só podia levar a que hoje (4a feira) tinha que necessariamente de voltar a banheira de agua salgada! E assim foi, ainda que menas horas de surf do que no dia anterior, pois os braços ja pediam descanso devido ao esforço do dia anterior, a qualidade não foi menor, e deito agora a cabeça na almofada com a certeza de sonhos de deslizes e curvas pelas ondas conseguidas nestes dois dias! _________________ Tough ain´t enough
Registo: Dec 25, 2009 Mensagens: 90 Local/Origem: Carcavelos
Colocada: Ter, 09 Fev 2010 - 18:22 Assunto:
CarolinaPereira escreveu:
Porque te levantas?
Eu? Pelo Espirito.
Tuff. Tuff. Pedra. Tuff. Concha. Tuff. Pau.
Que temperatura está?
Estão menos três graus.
Então, porque te levantas?
Eu? Pelo Espirito.
Tuff. Tuff. Pau. Tuff. Pedra. Tuff. Concha.
São seis horas da manhã.
Frio. Sinto frio. Mas não por inteiro.
Tenho o coração quente.
Sinto-o, o frio, nas pestanas, nos pés e nas mãos.
Sinto-o, o quente, nos braços, nas pernas e no peito.
Para ser sincera, agora, perante esta tão bonita paisagem, não sinto nada...
Não é que não sinta o frio e o quente, o vento da marezia e o frio da madrugada...
Não é que não sinta a terra a dormir, porque, a esta hora, consigo ouvir os outros a respirar em pleno sono: Inspira, expira, inspira, expira. Sonha.
Gosto de estar aqui, de pés na areia, a tentar adivinhar se alguma das pessoas que dorme para lá dos estores fechados, leva a mesma vida que eu... saber se são parecidos comigo...
Tenho fome. Neste momento, nenhum deles está com fome.
Na verdade, nenhum deles tem coisa alguma...
Não têm porque dormem.
Eu, estou acordada.
Estou acordada e estou aqui.
Não vejo mais ninguem para alem de mim, que de facto, tambem não vejo.
Mas vejo a minha prancha, espetada na areia.
Não está mais ninguem.
Por isso, não levam a vida que eu levo, nem são parecidos comigo.
Afinal o que não sentes tu?
Não sinto emoções. Acho que morri...
Quando estou aqui, em frente ao mar, que tanto respeito... sinto-me pequena. Parece que não existo.
Mas é neste momento, que me encontro a mim mesma.
Não sei o que me deu! Estou a correr... estou a correr contra o mar como se fosse meu inimigo e eu o estivesse a atacar.
Com a prancha debaixo do braço e passos largos... os pés começam sentir a agua antes de tudo o resto...
Mergulho agarrada à prancha por baixo da onda e... AFINAL, ESTOU VIVA!
Nunca estive tão viva antes.
É neste momento em que um dos seres mais pequenos do planeta, se envolve num momento grandioso e poderoso, é no momento em que não me sinto apenas eu, mas sim, mar tambem.
É quando a onda vem com força para me meter em pé, quando dançamos juntas, que sei porque me levantei tão cedo.
Porque gosto de estar aqui, porque é que não me importa o frio, o vento ou a chuva, o porquê desta "obcessão", o porquê deste vicio...
... é PELO ESPIRITO!
(Decidi partilhar com voces, este texto que escrevi depois da surfada de hoje.
Porque acho que o que todos temos em comum, neste forum, é o Espirito.
Este, que só nós, surfistas, conhecemos.
Escrevi o texto porque me perguntam muitas vezes porque é que me levanto tão cedo para surfar ao fim de semana, por exemplo... e eu, a unica coisa que sei reponder, é isto.
Quem leu, obrigado por ter lido...)
Registo: Jun 08, 2005 Mensagens: 4630 Local/Origem: Costa / Estremoz
Colocada: Qua, 15 Dec 2010 - 1:12 Assunto:
Migas escreveu:
Uma das primeiras vezes q a minha namorada me viu a ver o WCT online pôs-se a ver um pouco e ainda comentou:
-Ah, that was good wasn't it? He surfs good!!
Na imagem aparecia um tal de Kelly Slater e sim, tinha feito uma boa onda. Pouco depois, embora o mesmo Kelly Slater continuasse a abusar e eu completamente em pulgas, ela ignorava totalmente o 7x campeão do mundo e lia uma revista.
-Did you see that? -digo eu.
Mas já não ouve resposta. Já estava noutra. E eu vibrava horas seguidas colado ao monitor.
Para ela o surf é giro e tal, mas não passa daí, gosta, já viu um campeonato nos Super, já experimentou a minha prancha, levantou-se na 3ª onda e na 5ª já fez a carreirinha de pé até terra. Qd vamos a pt, experimenta novamente e entusiasticamente (mas mesmo) 20, 30 min e depois manda um:
-Shall we play raquetes?
Eu jogo 20,30 min e ela diz:
-Ok, go on surf, I know you're dying to get in the water!
E eu passo horas de seguida dentro de água, tal como agora a ver o wct e ainda mais atentamente para nao perder os heats dos principais artistas da nossa paixão. Os génios, os Slaters.
Isto tudo para dizer o q?
Que este gajo 7x campeao do mundo se fosse surfar ali a Monte Gordo, era provavelmente ignorado da primeira à ultima onda pelos veraneantes do costume ali daquelas bandas, haveria um ou outro:
-Ah olha ali aquele moço em cima das ondas, engraçado. Já bebia uma bica, vamos ao café?
E prontos, nada de autografos, nada de nada.
E isto td porquê? Porque vi uma notícia no Washington Post sobre uma experiencia que fizeram numa entrada do metro.
Simplesmente pegaram num dos melhores violinistas do mundo, um genial virtuoso, que gostou da ideia e insistiu em tocar tal como se fosse um dos seus concertos que enchem toda e qq sala, e portanto levou até o seu Stradivari do seculo XVIII, q vale uns milhoes e obviamente soa magnificamente, para a entrada do metro. Vestido de jeans e bone, abriu a caixa, manda uns trocos la para dentro para incentivar o publico e aqui vao 40 minutos de performance q em qq outro dia custaria umas boas dezenas de dolares e compra de bilhete com meses de antecedencia. Isto em hora de ponta numa das estações de metro de Washington, 8am.
E q acontece??? Podem descobrir no link aí abaixo, a notícia/estória é longa, qd eu digo q é longa é pq é mesmo longa, o artigo é enorme, mas vale mesmo a pena, está mto bem escrito e apresenta extractos em video dos varios momentos q comenta, no fim questionaram algumas das pessoas q passaram por la, imperdivel. Para os fracos, podem sempre ir ate ao fim e ver o video acelerado da experiencia toda, mas é no artigo em si que está o ouro.
Para abrir o apetite um excerto em q falam com um perito sobre o q acha q vai ser o resultado, ao qual so no fim dizem quem é o violinista...
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So, what do you think happened?
HANG ON, WE'LL GET YOU SOME EXPERT HELP.
Leonard Slatkin, music director of the National Symphony Orchestra, was asked the same question. What did he think would occur, hypothetically, if one of the world's great violinists had performed incognito before a traveling rush-hour audience of 1,000-odd people?
"Let's assume," Slatkin said, "that he is not recognized and just taken for granted as a street musician . . . Still, I don't think that if he's really good, he's going to go unnoticed. He'd get a larger audience in Europe . . . but, okay, out of 1,000 people, my guess is there might be 35 or 40 who will recognize the quality for what it is. Maybe 75 to 100 will stop and spend some time listening."
So, a crowd would gather?
"Oh, yes."
And how much will he make?
"About $150."
Thanks, Maestro. As it happens, this is not hypothetical. It really happened.
"How'd I do?"
We'll tell you in a minute.
"Well, who was the musician?"
Joshua Bell.
"NO!!!"
----------
Para o registo, eu teria parado, escutado uns 5min, mandado um:
-Ah, that was good wasn't it? He plays good!!
E anda que se faz tarde.
A minha namorada teria ficado colada os 40min e ainda pedido um encore, ele ainda dizia quem era e ela levava um autografo pra casa.
E eu teria possivelmente numa outra situação, estado umas horas numa qq fila, com meses de antecedencia e pago umas dezenas de dólares para o ver actuar. Com sorte ainda estarei.
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