Thunder, excelente relato.
Só agr tive oportunidade de o ler. Fiquei colado ao ecrã.
Abrç e obgd pela partilha. _________________ Only a surfer knows the feeling
broder despacha-te lá com o report, senão fazes-me ler a trampa do tópico dos mouros para passar tempo...hehe _________________ Work to Surf (soon) | Prolimit | OAM | Red Eyes
Registo: Oct 14, 2004 Mensagens: 4448 Local/Origem: Capakirra
Colocada: Ter, 23 Fev 2010 - 21:37 Assunto:
CALIFÓRNIA
Se os USA são o país dos contrastes, do pouco que conheci nestas semanas esse adjectivo ganha mais força no continente, aqui na Califórnia.
Pouco tempo tive (e interesse diga-se) para visitar essa grande metropole que é Los Angeles. Os arranha-céus estão lá como lanças espetadas e, vista das nuvens, a cidade estende-se por uma área imensa.
Chegámos de noite e fomos directos a Venice Beach, a praia que viria a inspirar o génio de Jim Morrison para muitos êxitos dos saudosos Doors. Essa mística, ou loucura, está lá para o bem e para o mal.
Vista de Venice Beach, lado Norte...
Para quem vem do "paraíso" verdejante do Havai, Venice é por demais uma praia urbana. Se o Havai tem o freakshow do Jamie Obrien em Pipe, Venice tem um autêntico show de freaks, bem pelo menos ao Domingo tem...
Desde os mendigos e excluídos da sociedade um pouco por todo o lado, ao black "Pot Head" vestido a rigor e que com os poucos neurónios que lhe devem restar, crava um trocos para alimentar a teoria do "dont walk on the grass, smoke it". Do pseudo artista a vender desenhos de arrepiar às ofertas de sexo em pleno calçadão. Há de tudo e tudo é weird! Já a noite pareceu melhor frequentada, julgo que os bares de Venice são o sítio onde a malta mais jovem vem beber uns copos e pintar a manta, mas só até às 2h da matina que o país da liberdade, tem uma liberdade limitada!
Freakshow?
Estabelecemos quartel no Cadillac Hotel por 2 noites (obrigado pela dica El Stef), onde supostamente Jim também ficou e daí partímos à conquista do Norte califoniano, não sem antes passar por Holywood e confirmar que é mais nome que outra coisa.
Pormenor do interior do Cadillac Hotel...
... e do exterior "tripante"!!
O famoso walk of fame, passeio onde estão as estrelas no chão com o nome dos artistas é um quarteirão feio na realidade. Ladeado de lojas de indianos a vender recuerdos e calças de ganga de duvidosa origem, só faltava mesmo uma placa de "Bem vindos ao Martim Moniz".
"Play it again, Sam"
Mas este é o país dos contrastes e logo ao lado, para norte, Santa Monica é a senhora que se segue e surpreende pela beleza do ordenamento e também das pessoas. Seguimos a Pacific Coast Highway que segue fielmente o oceano, o melhor caminho para surfistas que se prezem. O potencial é enorme. Sucedem-se as praias, baías e enseadas. Parece um paraíso das direitas tal a sucessão de esquinas propícias a receber swell e bombar boas ondas com tal orientação.
Uma direita em cada esquina...
Antes da famosa Malibu, e em frente ao Reel In o simpáctico restaurante onde almoçámos, observamos a primeira direita com surfistas. Por esta altura convém salientar que tinha chovido torrencialmente na véspera e que o mar estava num estado lastimoso: castanho das chuvas e pequeno no tamanho. Com a prévia recomendação de esperar 48h depois de chover e asim surfar em segurança(!) nem nos preocupámos em arranjar pranchas.
Malibu foi meia desilusão, apenas porque sempre imaginei algo mais luxuoso, mais sofisticado. Vê-se algumas casas com bom aspecto, ou melhor, imaginam-se pois estão viradas para o mar e só lhes vimos as "costas". Já a praia em si é bonita e a onda de Malibu e tem um aspecto fabuloso mesmo com água castanha e swell mínimo.
É um paraíso para os longboarders, pois a onda é relativamente longa, bem mellow ou coca-cola como gostamos de chamar. Perdemos alguns minutos a apreciar o local e a imaginar um Micky Dora no seu melhor.
Visitamos também uma surfshop local e ficamos surpreendidos com a simpatia dos locais. Recomendam ir mais para Norte e não nos livramos de ouvir um dos velhos chavõs do surf: deviam ter estado cá há uns dias, quebrou com 10 pés.
Vista geral de Malibu, o pico fica à direita do pontão...
Continuamos então e, um pouco ao calhas, deparamos com uma das jóias californianas: Rincon. Esta não engana, quebra com com um pouco mais de tamanho e vê-se que é potente, longa, manobrável e muito divertida. Está algum crowd na água apesar do frio e das já referidas condições. Por momentos lamentámos não ter umas pranchas à mão...
Normas de conduta à entrada de Rincon, um exemplo a seguir por cá?
Rincon a bombar umas à maneira...
No pré-estabelecido limite norte da nossa expedição chegámos a Santa Barbara, terra do Al Merrick e das famosas Channel Island Surfboards.
Ficámos maravilhados quanto à terrinha. Organizada, limpa, acolhedora, com uma ondinha divertida e golfinhos no line-up. Quanto ao Al Merrick, a visita ficou para outra altura pois era domingo e o Al devia estar a descansar com a família ou a jogar golf com o Kelly.
Por do sol em Santa Barbara
Decidimos investir os últimos dias de viagem à descoberta do Sul de Los Angeles atendo como limite San Diego. No mapa são vários os pontos de interesse que marcamos e tentamos cumprir utilizando, sempre que possível, a animada Pacific Coast Highway.
Ora vamos então para Sul. Mais do mesmo, ou seja, kms e kms seguidos de praias, baías e excelentes ondas em potencial. A luxuosidade de Newport Beach arregala-nos os olhos e a simpatia de Encinitas faz-nos almoçar por lá (num excelente ristorante italliano).
Por entre uma ou outra terra mais conhecida algo se torna vísivel - em cada canto há surfshops e surfistas. O surf na Califórnia, tal como no Havai, faz parte da rotina diária, da cultura de várias gerações. Os beach parks são todos arrumadinhos e nem faltam, aqui e ali, as estátuas e esculturas alusivas ao surf.
Há contudo uma cidade que é uma surfshop em tamanho gigante. Bem, surfshop talvez seja depreciativo pois só revela o lado comercial. Huntington Beach é mais do que isso, muito mais. É uma autêntica Surf City. São mais uns kms de frente de praia com o famoso pontão ao meio.
Vê-se que tem capacidade para produzir altas ondas. A marginal bordejada por palmeiras é a fronteira entre uma areia estranhamente limpa e edifícios bonitos, recentes. Toda a cidade aparenta muita juventude, seja no urbanismo seja na população.
Huntington Beach, imagens...
Deixamos como dificuldade este agradável local e mais uma vez, assim ao calhas, paramos para observar Trestles. Só mais tarde soubemos que era essa famosa onda que, mesmo com mar mínimo, tinha um crowdzito a fazer magia.
Observamos tudo a partir de um "miradouro" ao som de manobras dos US Marines e na companhia de uns bichinhos simpáticos. Já estamos perto de Oceanside onde iriamos pernoitar nas 2 últimas noites de viagem.
Pá dá aí uma boleia para Trestles!!!!
Hey Dude, got nuts?????
Oceanside é uma cidade simpática onde se sente muito a influência do surf e da Base dos Marines. Nem muito desenvolvida nem muito antiga, original, aqui e ali a fazer lembrar alguns filmes "amaricanos" dos anos 60. Os meus brothers resolvem fazer um surf de final de tarde. O frio e o mar pequeno fazem-me cortar para canto e fico a tirar uns bonecos.
No dia seguinte o plano era simples. Visitar o Califonian Surf Museum. Tinha visto uma peça sobre este espaço no Fuel TV e logo ficara com uma óbvia vontade de o conhecer. Somos recebidos com muita simpatia e surpresa pela nossa distante origem. A introdução ao espaço (parecia maior na tv, é o costume lol) é rápida e logo nos deixam à vontade.
Neste museu optam por ter exposições itinerantes, e vão mudando à medida que vão recolhendo aqui e acolá as peças, verdadeiros tesouros. Nesta nossa visita estavam disponíveis 2 exposições. Uma sobre as nossas queridas pranchas e a sua evolução ao longo dos tempos, e outra semelhante para Skates, mas relacionados igualmente com o Surf. Nos primeiros tempos era impossível separar skate de surf.
Vista interior do Museu
Surf & Skate
A exposição das pranchas tinha algumas relíquias, desde uma original do Duke, a outra do Tom Blake, umas outras de Greg Noll, Phil Edwards, Micky Dora, Mark Richards...uma autêntica lição de história shapeada. Escusado será dizer que levámos mais de uma hora a ver tudo em pormenor. Que visita fantástica. Tivemos sorte pois eram os últimos dias dessa exposição, a próxima, sobre surf feminino, também prometia. Nos expositores já estava uma prancha da world champ Stephanie Guilmore.
San Diego à tarde não trouxe nada de novo. Cidade grande, grandes avenidas, muita gente, praias de suburbios. Voltamos a Oceanside para um repasto no 333 Fish and Grill. Sublime refeição, vejam que a esta hora ainda estou indeciso sobre qual dos 50 vodkas de aperitivo escolher para acompanhar o cocktail de camarão? Hmmm acho qué é melhor pedir ajuda à empregada com dose extra de peito na silicone... "Hey Miss"
Oceanside, twisted surfing??
O regresso foi feito sem sobressaltos. Tudo o que vivemos nestas últimas semanas fez-nos compreender melhor o fenómeno que é o surf e o que representa para milhares de pessoas. Tudo o que vimos e sentimos dá-nos força para encarar umas dezenas de horas enfiados num avião e dá-nos vontade de pensar já na próxima viagem.
O melhor é deixar a mala feita, mesmo à mão. Run Thunder, Run...
- nunca fui grande fã da sociedade americana, acima de tudo acho desprovida de história, impessoal e cheia de contrastes. Mas como em tudo na vida aqui há negativo e positivo, bom e mal, mas uma coisa é certa quando fazem as coisas bem, são bem feitas e funcionam. A organização é visível, talvez o melhor adjectivo que posso utilizar. Talvez seja a mesma organização que exclui do direito básico à saúde quem não tem seguro ou a mesma sociedade que proíbe o consumo de álcool nas ruas (não dá para beber uma jola na praia) mas deixa a maltar andar de mota sem capacete ou levar pessoal na traseira das pickups. É a mesma sociedade que tem Beverly Hills e Hollywood pejados de lojas dos "300" e que a seguir aos arranha céus de L.A. predominam os outdoors escritos em espanhol. A contradição é tão grande que até eu venho de lá contraditório.
Opá siga a marinha, e o surf mazé?? Perguntam vocês...
O surf está todo lá. A tradição de correr ondas despoletou irreversivelmente com o Duke (quem haveria de ser) que levava as suas pranchas para todo o lado e em Malibu deu o seu recital. Existem kms e kms de boas praias (uff outra vez), com boas condições, com boas ondas. O surf está visível um pouco por todo o lado e acessível, desde o longboard mais clássico à shortboard hi-tech.
Se o Havai é o berço do surf, a Califórnia é a pista de testes.
Editado pela última vez por thundercat em Ter, 23 Fev 2010 - 23:05, num total de 5 vezes
Registo: Jun 08, 2005 Mensagens: 4630 Local/Origem: Costa / Estremoz
Colocada: Qua, 24 Fev 2010 - 11:36 Assunto:
thundercat escreveu:
Com a prévia recomendação de esperar 48h depois de chover e asim surfar em segurança(!) nem nos preocupámos em arranjar pranchas.
Imagino que o conselho tenha vindo da parte de um local de Rincon, lol, por acaso não vos ofereceu umas barras de wax que afinal vieram a descobrir que eram feitos de sabão, n?
Registo: Oct 14, 2004 Mensagens: 4448 Local/Origem: Capakirra
Colocada: Qua, 24 Fev 2010 - 14:21 Assunto:
pedrointhehouse escreveu:
thundercat escreveu:
Com a prévia recomendação de esperar 48h depois de chover e asim surfar em segurança(!) nem nos preocupámos em arranjar pranchas.
Imagino que o conselho tenha vindo da parte de um local de Rincon, lol, por acaso não vos ofereceu umas barras de wax que afinal vieram a descobrir que eram feitos de sabão, n?
Grandes ondas em Rincon, aquelas nunca mais tinham fim.
LOLLOL Por acaso, não foi o caso...
As dicas, essas e outras, vieram mesmo aqui do nosso forista El Stef, a quem mais uma vez agradeço toda a disponibilidade.
Registo: Sep 02, 2008 Mensagens: 584 Local/Origem: Santa Barbara, California
Colocada: Qua, 24 Fev 2010 - 15:14 Assunto:
thundercat escreveu:
pedrointhehouse escreveu:
thundercat escreveu:
Com a prévia recomendação de esperar 48h depois de chover e asim surfar em segurança(!) nem nos preocupámos em arranjar pranchas.
Imagino que o conselho tenha vindo da parte de um local de Rincon, lol, por acaso não vos ofereceu umas barras de wax que afinal vieram a descobrir que eram feitos de sabão, n?
Grandes ondas em Rincon, aquelas nunca mais tinham fim.
LOLLOL Por acaso, não foi o caso...
As dicas, essas e outras, vieram mesmo aqui do nosso forista El Stef, a quem mais uma vez agradeço toda a disponibilidade.
Obrigado eu...Ja ha muito tempo que nao lia um post com tanta vontade e devocao. Estou quase como o Presidente - paguem viagens ao Thunder pois os relatos sao de ouro.
Tenho pena de nao ter estado na Calif durante os vossos ultimos dias de ferias pois sempre se dava uma surfada a maneira e se bebiam umas fresquinhas (em Italia acabei por ir ao Carnaval em Veneza que mais parecia um formigueiro, e na Alemanha apanhei um frio...Brrrrr porra).
Fizeram muito bem em nao entrar nessa agua castanha depois das chuvas....eu para me despedir do mar antes de ir para a Europa, fui surfar (isso 72 horas depois das chuvas) e acabei por andar 7 dias a antibioticos por causa de uma porcaria qq que apanhei. Ja e a segunda vez e a terceira comeco a duvidar das minhas capacidades intelectuais.
ahahaha e que xarope, ainda se fosse só uma garrafita de xarope de uva _________________ 1 litro de petroleo extraido, transportado e refinado em gasolina custa cerca de 10 centimos . o resto são impostos e margens de lucro
Problem poor people?
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